Desde o início do Movimento Cidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS) há mais de trinta anos, houve aumentos nos esforços para compreender como o ambiente urbano pode beneficiar a saúde. Uma das principais preocupações é a forma como a estrutura física das cidades afeta a mobilidade urbana e como esta se relaciona com a saúde pública e o bem-estar da população.
Um design ambiental projetado com vista à caminhada e ao ciclismo pode ajudar a promover a atividade física moderada como parte dos deslocamentos diários, adiar o envelhecimento biológico e as condições relacionadas com a idade, bem como melhorar as condições gerais de saúde e bem-estar.
No Sul Global, no entanto, o rápido crescimento do uso de automóveis e a falta de valor dado a se locomover a pé e de bicicleta significa que as associações entre atributos ambientais e mobilidade ativa são mais complexas. Isto tem um impacto significativo sobre a população urbana pobre e grupos de baixa renda que já se utilizam e dependem de caminhadas e ciclismo (e transporte público) para atender às suas necessidades de deslocamentos diários.
A tendência do Norte, entretanto, em especial em países como o Reino Unido, é no sentido de uma diminuição da atividade física e isso é associado à mais ampla utilização do automóvel, a ambientes que conduzem à obesidade e a um maior uso de aparelhos mecânicos e digitais na casa, trabalho e locais públicos.
A aplicação do conceito de mobilidade urbana saudável como parte do conceito de Cidades Saudáveis apresenta sérios desafios tanto no Hemisfério Sul quanto no Norte e requer diferentes abordagens para a sua realização.